É um círculo vicioso. As Moçoilas foram buscar à Serra as músicas tradicionais algarvias e voltam lá sempre que podem para as “devolver”. Mas a Serra insiste em dar-lhes mais material.
… os cantos do Sul, nas vozes das mulheres que regressam com a Primavera. Se da primeira vez as Moçoilas nascem de uma enorme necessidade de recuperar o canto do Algarve, esquecido ou escondido até então, no tempo…desta vez – 25 anos passados – alguns deles silenciosos – as Moçoilas renascem da necessidade de se ouvir e afirmar esses mesmos sons, num panorama que tem sentido a sua falta. O público seguidor destas canções do sul, deste grito soltado para fora, não se cansou nas múltiplas redes atuais, de as chamar, de lhes bater à porta, de perguntar, de quando em vez, quando regressavam… Elas estão aí de novo. Trazendo a alma dos cantos da Serra (e dos cantos da terra) e de muitos outros temas inspirados aí, nos seus tons, nos seus sons e cheiros, na sua voz para fora que ecoa e se transporta. Moçoilas é uma atitude, é uma alma, sentida de dentro, manifestamente afirmativa, alegre e feminina. É um canto solto com harmonias doces, duras e simples. A responsabilidade de assegurar este espaço musical e cultural é agora da Margarida Guerreiro – que traz o testemunho desde o início desta história, da Inês Rosa e da Teresa da Silva. Pela primeira vez as Moçoilas estão a ser só três. Este trio de mulheres repega muitos dos antigos temas e enriquece-os com a sua energia própria, modificando uns, apropriando-se de outros e preparando caminho para novas melodias, novas canções.
