O regresso de Filho da Mãe é uma conquista. Para ele próprio, Rui Carvalho, e para nós todos. Tendo atravessado da pior maneira uma pandemia transformada em túnel sem saída aparente, o músico viu a luz que foi cintilando no seu fim misturar-se com várias ficções, tormentos, dúvidas e incertezas. A certa altura, essa confusão entre o que seria ou não real acabou por servir de inspiração, uma incerteza que se multiplicou na hipótese bem credível de vários discos editados, entre o anjo acústico e o demónio eléctrico, entre rascunhos no Alentejo e mais rascunhos em Lisboa, feitos de palavras com duplo sentido dedilhadas durante horas sem fim. A espera tornou-se uma obrigação e, agora, no fim de tudo, Rui confessa que adiar foi a melhor opção de todas, para sair vivo do túnel e criar, da dor e do tempo, a música de que Filho da Mãe precisava.
Não é necessário o levantamento de bilhete. Entrada está limitada à lotação do espaço.
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