“Em Janeiro sobe ao outeiro. Se vires verdegar, põe-te a chorar; se vires terrear, põe-te a cantar.”
"Verdegar" é o mais recente espetáculo do NEFUP. Estreou em 2018, no Porto, e já percorreu muitos auditórios e teatros do norte do país, mas, devido à pandemia, não voltou a ser apresentado no Porto.
No dia 14 de julho, pelas 21:30, Verdegar regressa ao Porto, numa versão itinerante e mais inclusiva, que levará o público a, literalmente, percorrer alguns dos espaços do edifício da Reitoria da Universidade do Porto, descobrindo e participando ativamente em cenas quotidianas da vida de uma família do Douro Verde, na primeira metade do século XX: o trabalho no campo, a ceia (e a fome…), a oração, as festas e tradições, o namoro, o baile,…
"Verdegar" nasce da memória: a individual e a coletiva, a documentada e a imaginada. Reproduz estórias verdadeiras, recordadas e relatadas por quem as viveu, em condições difíceis e longe de tudo, apesar de ser curta a distância da região do Douro Verde para a grande cidade. E como quem conta um conto acrescenta um ponto, há uma pluralidade de realidades que se entrecruzam no espetáculo. Deste modo, ""Verdegar faz uma leitura subjetiva e muito criativa de estórias de vida, centradas temporalmente na década de 40 do século passado, mas que se referem a mais de cem anos de vivências e tradições.
Juntam-se em "Verdegar" as duas margens do rio Douro, tantas vezes voltadas de costas uma para a outra: musicalmente, por cancioneiros valiosíssimos e quase desconhecidos, de Resende ao Marco de Canaveses; na dança, através da inclusão de alguns temas que ainda hoje surgem espontaneamente em qualquer baile da região, mas também daqueles que, pela década de 40, começavam a entrar em desuso; etnograficamente, através dos testemunhos pessoais, mas também da pesquisa bibliográfica e da obra dos escritores que retratam a região, como Eça ou Alves Redol.
Verdegar é, à maneira do NEFUP, uma homenagem sentida a várias gerações que viveram (vivem) e construíram (constroem), durante mais de um século, a paisagem humana da região do Douro Verde.
Este evento está integrado nas Noites no Pátio do Museu. A entrada é livre até ao limite da lotação.
Encenação: Armando Dourado Dramaturgia e guião: Armando Dourado, Helena Queirós e Luís Monteiro Direção de Danças: Luís Monteiro Direção Musical: Cláudia Monteiro Arranjos Musicais: André Ruiz Adereços: Conceição Aguiar Trajes: Fátima Teixeira
Entrada pelo Museu De História Natural e Ciência da Universidade do Porto, ao Campo dos Mártires da Pátria, 81.
