17:30
Alcindo  - Documentário/Debate/Jantar/Concerto

Alcindo - Documentário/Debate/Jantar/Concerto

17H30 - Apresentação do Filme "Alcindo" 19H00 - Debate com o realizador 20H00 - Jantar - Reservas para: fabrica.de.alternativas@gmail.com 22H00 - Concerto

A 10 de Junho de 1995, sob o pretexto múltiplo de celebrar o Dia da Raça e a vitória para a Taça de Portugal do Sporting, um grupo volumoso de etno-nacionalistas portugueses sai às ruas do Bairro Alto para espancar pessoas negras que encontra pelo caminho. O resultado oficial foram 11 vítimas, uma delas mortal, cuja trágica morte na Rua Garret atribui o nome ao processo de tribunal - o caso Alcindo Monteiro. Este é um documentário sobre uma noite longa - uma noite do tamanho de um país.

Ficha Técnica Realização e Argumento: Miguel Dores Pesquisa e Entrevistas: Beatriz Carvalho, Miguel Dores Direcção de Fotografia: Filipe Casimiro Montagem: André Mendes, Miguel Dores Produção: João Afonso Vaz Produtora: Maus da Fita Apoio Institucional: SOS Racismo

"Este trabalho documental nasce do projeto de mestrado de Miguel Dores em Antropologia Visual. Com o tempo, a importância de contar esta história transformou este projeto de mestrado numa longa-metragem documental com pretensões maiores do que uma publicação académica. Hoje, a 27 anos de distância do caso Alcindo Monteiro, no país com a mais longa tradição colonial da Europa, os conflitos raciais parecem não perder a sua plena atualidade - os casos do Kuku, da esquadra de Alfragide, do Bairro da Jamaica, do Giovanni, da Claúdia Simões, Bruno Candé -, são apenas exemplos de uma conta não saldada. O discurso comum pende, ainda assim, para o velho mito “dos brandos costumes”. A expressão máxima dessa continuidade é o próprio dia 10 de Junho, o Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, incluído num sistema de revisitação solar do colonialismo e da vocação ecuménica de Portugal. Por isso o documentário trabalha este evento genocida não como um espontaneísmo apolítico, ou um fenómeno hooligan importado da Europa, mas como consequência de um processo social. O documentário aproxima-se deste evento a partir de vários camadas de memória, às quais correspondem diferentes dispositivos de produção documental: (i) memórias de entes-queridos de Alcindo; (ii) memórias e problematizações de jovens negros/as sobre racismo em Portugal nos anos 90; (iii) arquivos audiovisuais, imprensa escrita e gráfica sobre violência racial nos anos 90, vídeos caseiros, panfletos, documentos judiciais, revistas políticas; (iv) entrevistas e performances de militâncias dos movimentos anti-racista e anti-fascista; (v) observação de matrizes coloniais presentes na geografia da cidade de Lisboa; (vi) observação de mobilizações sociais contemporâneas. O documentário Alcindo não possui qualquer intenção de ser relato persecutório centrado na violência neo-nazi. Pelo contrário, o filme procura antes de tudo ser uma homenagem àqueles que resistem e àqueles que caem, e que nessa homenagem ilustra a estruturalidade de um conflito. Todos os interlocutores do filme são escolhidos pela sua relação orgânica com o caso Alcindo Monteiro (familiares, advogados, colegas de trabalho de Alcindo, amigos, pessoas que estavam no Bairro Alto nesse dia, pessoas que começaram a participar na política neste momento, etc) e constituirão os seus depoimentos em torno da sua trajetória de vida."

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