Vaiapraia Criação de Rodrigo Soromenho, a bater a primeira década de existência, desde os tempos de catarse a solo, ao traquejo vivido com as Rainhas do Baile até esta última formação que aqui se apresenta, após vários anos, na sequência de '100% Carisma'. Celebrado álbum de 2020 que se seguiu às gravações lo-fi do primeiro EP de 2014, à maior maior abertura e direcção com as Rainhas do Baile em '1755', num processo de sublimação constante que apesar da maior limpeza e depuração nunca deixa de ser punk. Sem soar minimamente a 'Never Mind the Bollocks' ou Discharge, até porque nunca foi isso que interessou e a pop pode ser espaço de insurreição e purga. Quanto muito há uma linhagem queercore, riot grrrl - duas coisas assim não tão indissociáveis desde logo - que é assumida na atitude e toma aqui forma muito própria de existir, traduzida nas letras confessionais, num humor muito afiado, numa música sagaz e esperta que aqui toma contornos próximos de algum post-punk no modo como abre o centro das canções, mas não deixa de ser memorável. Sempre. Após o concerto a pista move-se às escolhas de Candy Diaz e Rita Vozone. Duas conhecedoras profundas das ligações mais celebratórias que se podem encontrar entre o rock, a soul, o funk, a música cigana e derivações fora do anglo-saxónico. Encontram-se novamente aqui depois de um saudoso dia de S. Valentim muito antes de podermos adivinhar o que seriam estes últimos dois anos. Até porque precisamos sempre de amor. Cartaz por Cláudio Vieira Entrada: 6 euros
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