22:00 até às 23:00
Horas, pela Circolando

Horas, pela Circolando

Espetáculo “Horas” obrigou à ‘clausura’…

Circolando ‘confessa-se ao público’ no Mosteiro de Travanca

O trabalho da companhia Circolando tem ao longo da carreira artística da estrutura revelado, com alguma singularidade, a inclusão do silêncio como um veículo comunicacional, ou até mais do que isso, como uma espécie de ferramenta performativa integrada no todo. O espetáculo “Horas”, que agora vai estrear em Travanca, Amarante, no próximo dia 27 de junho, sexta, às 22h00 (repete a 28 à mesma hora) terá como habitat temporário da criação um dos mais emblemáticos mosteiros da Rota do Românico, cuja fundação remonta à segunda metade do século XI. Um espaço monástico remete por si só para esta condição de ausência de ruído, mas em simultâneo, e em contraponto, também para e existência de cânticos religiosos, por via dos coros.

Em conformidade com esta descrição, a Circolando propõe uma criação única para o(s) Palcos do Românico, que se traduz num espetáculo-viagem pelos territórios do românico, onde o cruzamento entre a dança, a música coral e o vídeo estabelece uma relação de complementaridade artística. Por conseguinte, o convite feito desafio ao Coro Gregoriano de Penafiel para uma integração no espetáculo que se espera vir a ser pouco convencional, torna ainda mais crescentes as expetativas em torno da obra a apresentar.

Por outro lado, a matéria-prima deste trabalho faz-se também pela indagação na busca de um caminho a palmilhar, e que se desenha na dimensão espácio-temporal do diálogo entre a ancestralidade e o tempo presente: “Este é um lugar de mosteiros que não parou no tempo. Importa mergulhar num certo imaginário medievalista sem perder o pé da atualidade (…) ”, defendem na ficha/resenha do espetáculo. E em toada final acrescentam: “Que diálogos com o presente se podem estabelecer? Que elementos intemporais importa relevar? Silêncio, recolhimento, dúvida, medo, conflito… O monaquismo será o ponto de partida para uma viagem entre a escuridão e a luz. As vivências radicais do silêncio, um mote para a indagação do ruído interior.” 

“Horas” sugere essa dimensão temporal, ou a ausência da mesma, num vogar estético e representativo, certamente próximo do apanágio das metáforas de poesia visual que têm vindo a moldar o trabalho da Circolando. Chegou a hora de fazer silêncio e tão-somente apreciar, e por paradoxo, ninguém vai dar pelas “Horas” passarem.
Ficha Técnica:

Direção: André Braga

Dramaturgia e assistência à direção: Cláudia Figueiredo

Interpretação: Paulo Mota, Ricardo Machado e Coro Gregoriano de Penafiel: Ana Pérez, Belmiro Barbosa, Deolinda Nogueira, Evangelina Canedo, Maria Teresa Moreira, Richard Bradley, Salomé Canedo, Sérgio Oliveira

Intérprete em estágio: Alexandra Natura

Vídeo: Gonçalo Mota

Sonoplastia e desenho de som: André Pires

Realização plástica: Sandra Neves e Nuno Brandão

Desenho de luz: Francisco Tavares Teles 

Produção: Ana Carvalhosa e Cláudia Santos
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