Tudo começou no conceito de ilha. “A ilha como lugar e a ilha como pessoa”, explica Ivo Saraiva e Silva, um dos fundadores, a par de Cátia Tomé e Ricardo Teixeira, do coletivo SillySeason. Nesta nova criação, o trio de autores explora num “não-lugar” – a suite de um hotel em ruínas, certamente isolado (logo “uma ilha”) –, múltiplos conflitos entre sete peculiares personagens. Assim, cada uma destas personagens é entendida como “uma ilha identitária”, no sentido em que “guarda uma história individual, um conjunto de papéis determinados e referências muito fortes.”
Neste cenário, sem nunca perder o humor e os traços de absurdo que caracterizam o trabalho que os SillySeason vêm desenvolvendo desde 2012, o Hotel Paraíso transforma-se numa arena, ou numa prisão, onde a realidade e a ficção se confundem a caminho de um final apocalíptico pontuado pela irreversibilidade das alterações climáticas, a ascensão de novas ditaduras ou a ideia de uma Europa em ruínas. FB
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