19:30 até às 20:20
JULIETA BEBE UMA CERVEJA NO INFERNO (2018), de Tiago Vieira | Ciclo Recuperar o Corpo

JULIETA BEBE UMA CERVEJA NO INFERNO (2018), de Tiago Vieira | Ciclo Recuperar o Corpo

JULIETA BEBE UMA CERVEJA NO INFERNO (2018)
Tiago Vieira
Ciclo Recuperar o Corpo
A classificar pela CCE

30 e 31 outubro
sábado e domingo, 19h30
Sala Mário Viegas
€7


Para comemorar os cinco anos de existência da Latoaria, Tiago Vieira criou um solo de 20 minutos para um só espectador, com um prólogo interpretado por uma atriz, Teresa Machado. Ao longo dos anos, o solo foi-se transformando e passou por diferentes paisagens e lugares: caves do Vinho do Porto em Gaia, um Lavadouro em Palmela, as caves do Teatro das Figuras em Faro, um antigo mercado em Lisboa. Tal como acontece sempre, o solo que se apresenta no São Luiz tem características únicas e é influenciado por vestígios de todas as outras versões anteriores. Julieta Bebe uma Cerveja no Inferno parte de uma reescrita das palavras de Julieta de William Shakespeare. Pretende-se um encontro num dilúvio, um sacrifício perante a espera, a exaustão e a impossibilidade de deixar de amar. O amor como ato revolucionário longe da escravatura das relações medíocres.  A violência de todos os dias em que sentimos as grandes ausências monstruosas. O desejo como lugar de rutura, o encontro como possibilidade e todos os segredos que transportamos na pele como vestígios de antigas experimentações. “Deus pode surgir surpreendentemente na metafísica do obsceno. Só consigo acreditar num amante que saiba dançar, uma espécie de Zaratrustra em colapso, que leia Rimbaud como se aquelas palavras fossem minhas. O tempo é contado como num bordel. Julieta é um manifesto, o direito de sermos amados pelo que somos e não por aquilo que deveríamos ser. Amar até às últimas consequências sempre, submissão nunca”, escreve Tiago Vieira.


Recuperar o Corpo é uma reunião de solos de um conjunto de artistas cujas atuações, projetadas para palcos que normalmente não o são (casas de banho, caves de antigos bares, latoarias…), surgem marcadas pela relação entre arte e corpo e pela necessidade de entender o ser humano e a sua relação com o seu corpo próprio. Neste projeto, dirigido por Miguel Bonneville, juntam-se espetáculos de Carlota Lagido, Maria Duarte e João Rodrigues, Odete, Rita Só e Mónica Calle, Sónia Baptista, Tiago Barbosa e Tiago Vieira. Todos se reúnem num tema abrangente: o do corpo do intérprete-criador, a partir da premissa de que não há arte sem corpo. Ao fazê-lo, existe como grande propósito a recuperação de um corpo estético pré-reflexivo que faz da sua existência uma contemplação desveladora da sua loucura, em oposição ao pensamento geral que pensa que, no desvelar da loucura, aquilo que se vai encontrar é essencialmente um corpo depressivo ou violento. O corpo aqui é um corpo singular que é experimentado na primeira pessoa e que se rebela para não se deixar reduzir ao ponto de vista exterior e geométrico que o coloca no espaço e o domestica. No limite, estes solos poderiam ser extensões uns dos outros. Revelam-nos o imaginário de artistas que não se deixam aprisionar.


TEXTO, ENCENAÇÃO, DRAMATURGIA COREOGRÁFICA, FIGURINO, CENÁRIO Tiago Vieira APOIO Teresa Machado AGRADECIMENTOS Latoaria, Teresa Machado, Tânia Guerreiro e a todos aqueles que ao longo dos anos programaram Julieta Bebe uma Cerveja no Inferno
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