10:00 até às 13:00
MárioBonito.100anos | O ser moderno

MárioBonito.100anos | O ser moderno

“A diretriz segura, capaz de dar valor concreto à obra de arte, colocando-a ao serviço do homem que na atualidade pensa e sofre coletivamente ou, dizendo de outro modo, a posição do artista frente à arte que deve refletir os problemas e os anseios mais vivos de uma civilização poderosa e característica, não tem sentido nem lógica se essa posição não é ditada por uma consciência profissional coletiva, ou se não serve pelo amor dos homens à Humanidade”(Mário Bonito). Assim, “O passado não recebe: – dá. O presente recebe e transforma. O futuro transformará o legado do presente. É a cadeia” (Mário Bonito).

Será este sentido de modernidade, do ser moderno, que informará o pensamento, a obra e o percurso diverso de Mário Bonito, em sintonia com a pedagogia ministrada na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, no início dos anos 50. Consequentemente, será recorrente, na sua escrita, a defesa do exercício da profissão a partir da sua dimensão social com a identificação e a leitura da “ocasião” como forma de dar resposta atualizada aos problemas concretos da sociedade.

Será com esta persistência que a sua vontade de fratura procurará o caminho da nova arquitetura sem perder, no entanto, o sentido de continuidade na leitura da História.

Associando-se à celebração dos 100 anos de Mário Bonito, o Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett recebe, nas manhãs de sábado 23 e 30 de outubro, o ciclo “o ser moderno” [“to be modern”], que discutirá a modernidade – o ser moderno – na arquitetura, no cinema, no teatro e nas artes performativas, em Portugal e no estrangeiro.

23 OUT
O SER MODERNO I: CONDIÇÃO E CIRCUNSTÂNCIA

“O cardeal Nicolau de Cusa defendia o homem como «Deus occasionatus», em suma, um Deus limitado pela ocasião. (…) Desta dupla referência, que é ao mesmo tempo uma dupla ausência do seu ser completo de «deus occasionatus» nascem dois tipos de existência humana: a do homem que encontra na ocasião a forma de se demitir dos seus poderes, e a do homem que se embriaga com esses poderes ao ponto de querer dispensar o apoio da ocasião. Os primeiros são sensíveis à continuidade, ou antes, são a expressão dessa continuidade; os segundos são sensíveis à ruptura, ou antes, exprimem essa ruptura mesmo. No domínio espiritual estas duas formas de convivência com o presente traduzem-se na oposição clássico-moderno.” (Eduardo Lourenço)

10h00 abertura
10h15 o ser moderno, JOSÉ MIGUEL RODRIGUES
10h45 o ser moderno no cinema, ANTÓNIO PRETO
11h15 o ser moderno no teatro, GONÇALO AMORIM
11h45 o ser moderno na arquitetura, ALEXANDRE ALVES COSTA
12h15 debate

A sessão decorrerá em português

30 OUT
O SER MODERNO II: PROCESSOS E CONTAMINAÇÕES

“Ninguém nasce moderno, (…) mas ninguém se torna moderno, também, pela simples consciência de um desacordo mesmo radical com as formas do seu presente, se esse desacordo não é o resultado de uma luta real, de um sofrimento provocado pelo conflito entre a pressão de uma forma dada e a liberdade humana que ela realmente limita. A vontade vazia de fratura, de negação pura, constitui a falsa modernidade que se exprime precisamente pelo mais fácil processo: o da antítese, o de fazer esguio onde Maillol faz redondo, de uma maneira exterior, formal. Esta falsa modernidade pode produzir, aliás, obras meritórias e formalmente cheias de interesse. Mas a autêntica modernidade visa mais alto e exprime algo mais que uma vontade formal de rutura com o mundo dado.” (Eduardo Lourenço)

10h00 abertura
10h15 o ser moderno na cultura italiana, DOMENICO CHIZZONITI 
10h45 o ser moderno nas artes performativas, ALEXANDRA BALONA
11h15 o ser moderno na arquitetura italiana, CRISTINA PALLINI
11h45 o ser moderno, ANA TOSTÕES
12h15 debate

A sessão decorrerá em inglês

+info: www.mariobonito100anos.com
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