Segunda investida do Circuito em regime de matiné domingueira com esta super banda. Meio imperdível na verdade.
Congregação excelsa de quatro artistas fundamentais das músicas mais livres e incatalogáveis dos últimos 30 anos, unidos sob o signo de uma cumplicidade mais ou menos longa traduzida em diversas agremiações ao longo destes anos. Tanta e tão importante música contida nas histórias deste quarteto, por onde começar? Marcia Basset é figura fundamental nas movimentações mais far out em solo norte-americano desde a viragem deste século. Fez parte dos superlativos Double Leopards - 'Halve Maen' é colosso absoluto e ainda hoje intangível -, do triumvirato "freak-folk" GHQ ao lado de Steve Gunn e Pete Nolan, do extâse sónico de Hototogisu e tem tido uma hipnótica trajectória a solo enquanto Zäimph - quem não está por dentro que comece por 'Emblem' ou 'Mirage of the Other' para além de inúmeras colaborações. Tanto.
Colaborações que a levaram, primeiro a conjurar em duo com o contrabaixo de Margarida Garcia o vertiginoso 'The Well' e mais recentemente a juntar-se a esta última e a Manuel Mota - somente um dos maiores e mais imprevisíveis guitarristas vivos - para registar para a posteridade 'Here They Rest Immobile' na sua Yew e em 2020 'Survival of Laments' na Headlights de Mota. Três improvisadores de linguagem bem vincada, em contínuo estado de graça. Estado natural de David Maranha, peça fundamental neste holding com o seu órgão: músico com trabalho franco em conluio com Mota e Garcia em diversas configurações - dos Curia aos Syracuse Ear - para além de um legado imponente que vem já dos inícios da década de 90 quando fundou os Osso Exótico. Fica tanto por dizer, mas não temos quaisquer dúvidas nem vergonha em afirmar que vai ser mesmo especial.
Entrada livre.
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