Regresso ao habitat natural de celebração em palco deste ensemble, após mais de um ano de silêncio. Entidade orientada para a supremacia do groove, como postulada por luminários como Fela Kuti, Ornette Coleman via Prime Time ou The Roots como portal para elevação da palavra enquanto poder de vozes como Last Poets ou Linton Kwesi Johnson. Afrobeat, funk, jazz, dub e demais linhagens de cosmologia afro-futurista com reflexo no aqui e agora desta e de outras cidades pelas mentes de Yaw Tembe (trompete e voz), Sebastião Bergmann (bateria), André David (guitarra), Pedro Monteiro (contrabaixo) e David Menezes (percussão). Em boa hora. BS
Lançamento do álbum Glaciar
Continuação do périplo de Marcelo dos Reis em torno do seu celebrado Glaciar, disco solo lançado este ano através da sua recém criada Miria Records. Nome bem presente nos meandros da jazz e da improvisação ao longo da última década, em grupos como Fail Better!, Chamber 4 ou In Layers, rodeado de músicos com cunho firmado no circuito europeu, Marcelo dos Reis tem vindo a lapidar uma linguagem à guitarra que se leva no vento libertário do jazz mas reconhece nele portas para a entrada de inflexões da folk, do rock e afinações de diversas latitudes – ragas indianos, calor brasileiro, etc. Nesse fluir, ‘Glaciar’ surge como a sua obra mais reveladora até agora, menos dada às guinadas jazzísticas e a insistir plácida e pausadamente num lirismo cheio de espaço, dado à contemplação, muito em sintonia com a residência nos Alpes que lhe deu origem. BS
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