O ESTAU transformou a cidade num museu ao ar livre, dialogante com o espaço urbano, com as pessoas, com o património e com a natureza. O ESTAU 12, pretende a interação ao longo do ano, sem remeter o Festival para o mês da sua efetivação em setembro, bianual, mas que seja sentido e discutido, 12 meses, no dia a dia, no território.
Porque desenhamos nas paredes desde há milhares de anos?
São esses traços transgressão ou arte, comunicação ou ocupação?
Pode a desobediência ser legítima?
Nesta performance inclassificável - meio palestra, meio concerto de hip hop - o desenhador António Jorge Gonçalves guia-nos com palavras e desenhos pelos riscos que caçadores-recoletores fizeram nas rochas há 30.000 anos, pelas anotações desenhadas dos romanos nas paredes das casas em Pompeia, e pelos murais mexicanos de há 100 anos atrás, enquanto o MC e ativista Flávio Almada aka LBC Soldjah, nos leva com palavras e música até às contradições sociais das nossas cidades. Tudo para podermos compreender as pinturas, a lata de spray que enchem em sobressalto os nossos muros. Semeando perguntas e dando a ver situações, o espetáculo atravessa vários temas: do significado dos símbolos à transgressão juvenil, dos mecanismos da imaginação à organização social do espaço urbano, do papel da arte à definição de legalidade. Sem condescendência, num lugar que está para lá do julgamento.
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