A viagem de Mr. G pelo universo sonoro tem sido longa, tortuosa. Feita ao ritmo do galope das linhas de baixo e dos ritmos analógicos emanando das suas máquinas. Uma viagem emocional e marcante, ao ponto de, segundo o próprio, fazer as suas colunas chorar todos os dias. A jornada de Colin McBean inclui uma ligação, mesmo que indirecta, a Portugal. Durante vários anos, ele foi parceiro do “nosso” Cisco Ferreira nos The Advent. Com ele, estabeleceu a então dupla, como um dos nomes grandes do techno da 2ª metade dos anos 90. Depois, numa das muitas reviravoltas da viagem, cansou-se das tours e recolheu-se junto do seu fiel sampler MPC e começou do zero. Fundou a sua label Phoenix G, aproximou-se do house e assim, foi um dos pioneiros do tech-house, mas um tech-house que pouco tem que ver com aquilo que vemos debitado diariamente na respectiva secção no Beatport : um som de influências dub e funk de groove avassalador, minimalista nos recursos usados mas não nos efeitos produzidos num corpo em pista. Hard funk, chama-lhe. Em 2006, encontrou em Radio Slave e na sua Rekids uma alma gémea musical que lhe transmitiu um novo sopro que enfunou as velas da sua inspiração, e o grau de respeito dos novatos que já merecia mas tardava em ter. Hoje, sem precisar de mudar o seu estilo, é um indiscutível. Quase nem se acredita que tem 53 anos. Com 53 anos e depois de uma doença que o deixou às portas da morte, o sobrevivente Mr. G ainda cá está, e ainda nos consegue aplicar valentes pontapés no traseiro. Mas com classe. If you feel it, its because it´s the right stuff. E Mr. G tem a right stuff. A rodos. - Nuno Mendonça
