Uma pessoa que em princípio estava bem e depois ficou: na mesma. Que é como quem diz, B Fachada mantém-se irrepreensível enquanto escritor de canções, timoneiro no embelezamento da rotina, guardador de rebanhos de palavras que nos fazem ser “muita coisa feliz ao mesmo tempo”. Mas nem tudo é alvissareiro, embora tudo soe a verdade. Aliás, nem tudo é feliz, precisamente, porque tudo é verdade na música de Bernardo Fachada.
Em “Rapazes e raposas”, há considerações sobre a natureza e o pão nosso de cada dia que B Fachada colocou no forno em 2020, Trad-Mosh para existir todos os dias e Prognósticos ainda antes do final deste jogo de agonia que parece não acabar. Mudar de método não está fora de questão e B Fachada, sendo anti muita coisa, é sobretudo anti tudo o que seja convencional ou o prenda a um molde qualquer. Fachada continua interessado em questionar convenções no seu próprio tom, no seu próprio tempo, nos seus próprios termos. E nós continuamos a precisar disto: que ele tenha tempo para cantar. Só lhe falta ser tudo ainda.
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