música . M6 anos . 75 min . 15 € (descontos aplicáveis) AuRora por Gonçalo M. Tavares Gisela João coloca na tristeza uma pressão que vem do tom com que recebe cada letra. O fado aqui acelera, ganha velocidade como se a tristeza tivesse pressa. Não é um sítio para ficar – a tristeza é, umas vezes, o corredor de uma casa por onde se passa rapidamente para outro lado; não é para sentar, mas para circular. Um ponto de passagem. Outras vezes não. Em certas músicas, é mesmo para escavar esse instável sítio até ao fundo. Há abandono, melancolia e perda amorosa, desistências e mudanças decisivas. As “tábuas do palco”, de Gisela João – tema que percorre todo o disco – por vezes salvam um corpo inteiro, outras vezes sacrificam-no: "arranho o joelho e sangro", "eu calço o soalho e canto". Mas as tábuas do palco são sempre essenciais. Do chão, quem canta espera sempre muito – espera tudo ou quase tudo. Voz Gisela João Viola Portuguesa Ricardo Parreira Viola Nelson Aleixo Baixo Francisco Gaspar Teclados Justin Stanton Cenário Bruno Bogarim Fotógrafa Estelle Valente Técnico de Som Álvaro Ramos Técnico de Luz Luís Bastos Técnico de Monição Zé Bi Tourmanager Gilton Andrade Driver Luís Rosa Bio Gisela João editou na primavera de 2021 “AuRora”, o seu terceiro álbum, gravado entre Lisboa e Barcelona, com produção de Michael League e coprodução de Nic Hard e da própria artista. Este é o seu registo mais pessoal e intimista, onde pela primeira vez revela os seus dotes de letrista e compositora, e partilha a autoria das letras com Alberto Janes, Capicua, Hernâni Correia, João Monge, Jorge Cruz, José Fialho Gouveia, Marco Pombinho e Maro, bem como a composição com António Zambujo, Arlindo de Carvalho, Carlos Paredes, Justin Stanton, Magda Giannikou e Michael League.