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O Deserto Vermelho

O Deserto Vermelho

Psicologicamente abatida e insatisfeita, Giuliana envolve-se com Corrado, colega do seu marido. Mas não consegue apaziguar a sua inquietação. “É muito simplista, como alguns o fizeram, dizer que acuso este mundo industrializado, inumano, onde os indivíduos são esmagados até à nevrose. Pelo contrário, a minha intenção foi traduzir a beleza deste mundo onde mesmo as fábricas podem ser muito belas.” Michelangelo Antonioni
Michelangelo Antonioni (1912-2007) escreveu sobre cinema, publicou contos e foi tradutor. Escreveu para Rossellini e Fellini e trabalhou com Marcel Carné. Depois de “Gente del Po” e alguns documentários de duração curta, a sua primeira longa de ficção, “Escândalo de Amor” (1950), anunciava já as inovações que viria a introduzir na história do cinema italiano, afastando-se da ortodoxia neo-realista. Nessa década, alguns já sentiam que era preciso dar um passo em frente, “ultrapassar o problema da bicicleta”. E a sua quarta longa-metragem, “O Grito” (1957) foi, como escreveu Manuel S. Fonseca, “uma respeitosa salva fúnebre em honra do neo-realismo”, onde Antonioni procurava, citando as suas próprias palavras: “olhar para dentro do homem a quem roubaram a bicicleta e ver quais são os seus pensamentos, como se adequam, quanto ficou dentro dele de todas as experiências passadas, da guerra, do pós-guerra”. Seguiu-se a célebre “trilogia dos sentimentos”, e a colaboração com Monica Vitti.
Cineasta moderno, que captou a atmosfera do seu tempo, “Antonioni libertou o cinema”, como afirmou Martin Scorsese, a cada filme seu abria novas possibilidades. A sua obra continua a responder a questões essenciais com que nos debatemos ainda hoje e continua também a ser uma das mais influentes no cinema contemporâneo, reivindicada por cineastas como Wong Kar Wai ou Hou Hsiao-Hsien, Tarkovsky ou Skolimowski, Gus Van Sant ou Brian de Palma, e Wim Wenders, que com ele trabalhou nos últimos filmes, quando uma trombose o deixou parcialmente paralisado.

Local auditório TAGV
com Monica Vitti, Richard Harris, Carlo Chionetti
origem Itália, 1964
cópia digital restaurada
Festival de Veneza 1964 Leão de Ouro
ciclo Os Grandes Mestres do Cinema Italiano: Michelangelo Antonioni — O Passo em Frente

Fonte: https://tagv.pt/agenda/o-deserto-vermelho/
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