19:00
Fake Extreme Art / making of #2 Vera Icon

Fake Extreme Art / making of #2 Vera Icon

Inscrição / Register
_ galeriaanalama@gmail.com
Morada/ Adress
_ Clube Atlético de Arroios
Rua de Arroios 151-1, 1150-053

PT
A performance de Vera Icon será registada ao vivo, um momento com público, um ensaio aberto de uma performance para a câmara.
A ação será gravada em vídeo no Clube Atlético de Arroios, sem cortes durante a filmagem; com um público-figurante restrito.
Convidamo-lo a assistir à performance "Killing Daddy", de Vera Icon, e a participar deste processo de making of, para o que terá de se inscrever –
A realização do vídeo estará a cargo de Márcio-André de Sousa Haz. https://www.sousahaz.com/
A estreia online será anunciada brevemente. Os vídeos estarão disponíveis na website da Galeria Ana Lama. https://www.galeriaanalama.org/

EN
Vera Icon's performance will be recorded live, with an audience, an open rehearsal of a performance for the camera.
The action will be recorded on video at the Clube Atlético de Arroios, with no cuts during the filming, and with a restricted audience.
We herewith invite you to watch the performance "Killing Daddy", by Vera Icon, and participate in this making of process. Registration required.
The video will be directed by Márcio-André de Sousa Haz. https://www.sousahaz.com/
The online premiere will be announced soon. The videos will be available at Galeria Ana Lama's website.
https://www.galeriaanalama.org/

PT

Vamos apresentar em Lisboa uma performance de Vera Icon, alter ego de David Trullo.

Este texto regista algumas notas – a modo de explicação – sobre Vera Icon.

Vera Icon é uma misteriosa curadora de arte e uma artista insondável. A partir do material de pesquisa que recolhemos sobre Vera Icon, percebemos que pretende corporizar a frustração, a tentativa de superar a sensação de esgotamento que é pensarmos que nada está realmente a mudar no mundo, apesar das poderosas ferramentas contemporâneas de que dispomos.

Vincent van Gogh nasce em 30 de março de 1853 em Zundert.

A curadora “Vera Icon” recupera a figura do anti-herói. Uma espécie de resistência no seio do sistema intelectual e artístico, alguém que se encontra no meio das categorias conhecidas e que não se deixa codificar.

Pablo Picasso nasce em 25 de outubro de 1881 em Málaga.

Em Vera Icon, a postura em tudo o que faz leva-nos a pensar as relações entre cultura popular e alta cultura. Leva-nos a pensar os aspetos transversais à criação contemporânea (comunicação, crítica, relevância, difusão, mercado), aspetos que ganham relevo nas suas conferências-performance, e de uma forma que consideramos crítica.

David Trullo nasce em 1969. Em Madrid. É um artista visual.

De entre os seus méritos, destacamos o ter estado em residência no Museu Irlandês de Arte Contemporânea (2002), além de ter sido selecionado para a Contraluz Internacional Trienal de Fotografia, em Tampere, Finlândia (2005).

No seu trabalho de fotografia e vídeo são recorrentes os temas identidade de género e exploração dos usos da iconografia. David Trullo ocupa-se frequentemente de temas ligados à História da Arte, temas que reorganiza. Um exemplo: expôs no Museo Lázaro Galdiano de Madrid (2006) o seu projecto “Coined”, uma série fotográfica composta por retratos de amigos e conhecidos, todos representados de perfil, à maneira dos imperadores romanos. Nesse projeto, evoca as medalhas e moedas comemorativas dos imperadores. Os 96 retratos que expõe correspondem ao número de imperadores – de Augusto a Rómulo Augusto.

A performance que vai realizar em Lisboa, “Killing Daddy”, evoca vultos das vanguardas artísticas, questionando (talvez) o culto das referências e pondo em jogo as estruturas de poder implícitas no sistema artístico.

Numa tentativa de melhor explicar o seu trabalho, decidimos aqui ensaiar a descrição de uma das suas curadorias-performáticas de 2017, que acaba num happening rural.

Vera Icon, em 2017, seguindo o polémico caso “Os artistas e o carro de Alprazolam na Quinta dos Alhos…”

Sabemos que a produção de garlic requer esforço. A produção de alho depende muito da quantidade de água (no caso, de este ser demasiado regado ou ter falta de rega). Por exemplo, se se notar a presença de folhas murchas a meio da temporada, tal pode simplesmente significar que o garlic está com sede e precisa de um pouco mais de humidade. Para resolver esses problemas, deve regar-se com cinco centímetros de água pelo menos duas vezes por semana, e também deve ser observado que as plantas mais escassamente regadas tendem a amadurecer mais cedo.

Mas avancemos para o famoso caso dos artistas na Quinta dos Alhos.

Em Friburgo, na Suíça, numa quinta com alhos, artistas perderam a sua produção num acidente. O caso foi intensamente tratado nos meios de comunicação social. Um doente psiquiátrico reincidente, ao volante de um carro de branding com publicidade ao ansiolítico Alprazolam, estragou toda a produção! O homem também sofria de um agravamento da sua doença mental… Um episódio caricato.

O carro destruiu toda a produção, destinada à venda.

O alho era mais um elo na cadeia de produção da quinta, com a qual, ao modo dos Jardins de Epicuro, os artistas produziam hortícolas para diversificar fontes de rendimento.

– Artistas do caso do caralho!?…

“Jävla artister”, em sueco. A expressão, jocosa, acabou por se tornar na definição do sucedido.

Não tem piada nenhuma.

“Carro de Alprazolam esmaga toda a produção de alho em projecto de autogestão entre artistas”… Alprazolam, um fármaco usado em casos de distúrbios da ansiedade e em crises de agorafobia.

Artistas ficaram com a produção de alho destruída porque um carro de promoção ao Alprazolam invadiu, desenfreado, os seus terrenos agrícolas.

– Isso já foi dito!

Vera Icon trabalhou na produção de happenings rurais, com este conceito de artistas do car (carro) al (Alprazolam) lho (alho) – “Jävla Artister” (forma como designou o happening).

Com estes happenings, artistas e curadora evocavam o falo, a destruição das suas referências artísticas simbolizadas no alho, ao mesmo tempo que reivindicavam a invisibilidade do seu trabalho nas tais comunidades. A idea era criar um choque linguístico entre terapia natural e terapia química, evocando-se um carro de Alprazolam e as Comunidades de Artistas.

Simulavam-se nesses happenigs, inspirados num acontecimento real  – um teatro de metáforas, com os carros com branding de Alprazolam a escavacar produções de alho.

Tornou-se uma moda, uma espécie de modalidade desportiva: dava-se um nome de um artista de referência a uma produção de alho, punha-se esse nome numa tabuleta no terreno e, depois, de uma forma iconoclasta, com um carro, destruíam-se os campos que se tinha lavrado e plantado com alhos.

Em 2017, Vera Icon urdiu um plano curatorial em comunidades de artistas rurais.

Com “Killing Daddy”, Vera Icon estará connosco em Lisboa num registo de performance mais intimista e introspetiva.

Ana Lama, Liechtenstein, 22/08/2021.


EN

We will present a performance in Lisbon by Vera Icon, David Trullo's alter ego.

This text records some notes about Vera Icon – as a form of clarification.

Vera Icon is a mysterious art curator and an unfathomable artist.  From the research material we have collected on Vera Icon, we understand that she intends to embody frustration, the attempt to overcome the sense of exhaustion that comes with thinking that nothing is really changing in the world, despite the powerful contemporary tools at our disposal.

Vincent van Gogh was born on March 30, 1853 in Zundert.

The curator "Vera Icon" reinstates the figure of the anti-hero. She is a kind of resistance within the intellectual and artistic system, someone who stands in the middle of the known categories and does not allow herself to be codified.

Pablo Picasso was born on October 25, 1881 in Malaga.

In Vera Icon, the approach in everything she does leads us to think about the relationships between popular culture and high culture. It leads us to think about aspects that are transversal to contemporary creation (communication, criticism, relevance, diffusion, market), aspects that come to the fore in her lecture-performances, and in a way that we consider critical.

David Trullo was born in 1969. In Madrid. He is a visual artist.

Among his merits, we highlight the fact that he was in residence at the Irish Museum of Contemporary Art (2002), and was selected for the Contraluz International Triennial of Photography, in Tampere, Finland (2005).

In his photography and video work themes of gender identity and the explorative uses of iconography recur. David Trullo often deals with themes linked to Art History, themes he reorganizes. To give you an example: his project "Coined", which he exhibited at the Museo Lázaro Galdiano in Madrid (2006), is a photographic series composed of portraits of friends and acquaintances, all represented in profile, in the manner of the Roman emperors. In this project, he evokes the commemorative medals and coins of the emperors. The 96 portraits he is exhibiting correspond to the number of emperors - from Augustus to Romulus Augustus.

The performance that will be held in Lisbon, "Killing Daddy", evokes figures from the artistic avant-garde, questioning (perhaps) the cult of references and putting into play the power structures implicit in the artistic system.

In an attempt to better explain her work, we will describe one of her 2017 curatorial-performances, following the controversial case "The artists and the Alprazolam car at the Garlic Farm...", which turned into a rural happening;

We know that garlic production requires effort. Garlic production is very dependent on the amount of water (sensitive to being over-watered or under-watered). For example, if you notice wilted leaves mid-season, this may simply mean that the garlic is thirsty and needs a little more moisture. To solve such problems, you should water with five cm of water at least twice a week, and it should also be noted that more frequently watered plants tend to mature earlier.

But let's move on to the famous case of the artists at the Garlic farm.

In Fribourg, Switzerland, on a garlic farm, artists lost their produce in an accident. The case was intensively covered in the media. A psychiatric patient having a relapse, at the wheel of a company car advertising the anxiolytic Alprazolam, wrecked the entire garlic production! The driver, a man suffering from an aggravation of his mental illness...   an absurd cartoon like episode.

The car destroyed the entire production intended for sale.

Garlic was one link in the farm's production chain, with which the artists produced vegetables to diversify sources of income, in the manner of the Gardens of Epicurus, 

- Prick artists’ case....

"Jävla artister" in Swedish. The playful expression, “Fucking artists”eventually became the definition of what happened.

It's not funny at all.

"Alprazolam car crushes all garlic production in self-managed artistic project "... Alprazolam, a drug used in cases of anxiety disorders and agoraphobia crises.

Artists had their garlic production destroyed because a car promoting Alprazolam, rampantly invaded their farmland.

- This has already been said!

Vera Icon worked on producing rural happenings, with this concept of car (car) al (Alprazolam) lho (garlic) artists (car-al-lho sounds just like caralho, which means prick in Portuguese- "Jävla Artister" (the title she gave the happening).

With these happenings, artists and curator evoked the phallus, the destruction of their artistic references symbolized in garlic, while claiming the invisibility of their work in such communities. The idea was to create a linguistic clash between natural and chemical therapy, evoking an Alprazolam car and the Artists' Communities.

They simulated in these happenings, inspired by a real event - a theater of metaphors, with the Alprazolam company cars digging up garlic produce.

It became a fad, a kind of sport: you would name a garlic production after an artist of reference, place that name on a sign on the field, and then, in an iconoclastic way, with a car, destroy the fields that had been plowed and planted with garlic.

In 2017, Vera Icon urged a curatorial plan on rural artist communities.

With "Killing Daddy", Vera Icon will be with us in Lisbon in a more intimate and introspective performance.

Ana Lama, Liechtenstein, 22/08/2021.

*No contexto da pandemia Covid-19 é obrigatório o uso de máscara sanitária para assistir à performance, bem como é necessário a apresentação de certificado digital ou teste negativo, no respeito das normas de higiene e segurança.
*In the context of the Covid-19 pandemic, the use of a sanitary mask is mandatory to watch the performance and the capacity is limited and subject to registration, as well as the presentation of a digital certificate or negative test is required, in compliance with hygiene and safety standards.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android