Este concerto reúne obras de três compositoras norte-americanas (Anne LeBaron, Catherine Lamb e Mary Jane Leach) e uma obra em estreia de Inés Badalo, resultado de uma encomenda a esta jovem compositora luso-espanhola no contexto de um diálogo com a exposição de Louise Bourgeois.
Em “Noh Reflections”, de Anne LeBaron, encontramos inspiração, não apenas nas sonoridades do teatro japonês Noh, mas também no equilíbrio e contraste entre a abstração formal e a forte expressividade emotiva e na tensão entre ordem e plasticidade que encontramos naquela forma artística.
“Dowland’s Tears”, de Mary Jane Leach é baseada em “I Saw My Lady Weep” de John Dowland, o compositor barroco britânico que escolheu a melancolia como centro da sua obra. Leach explora esse mesmo estado de alma e a possibilidade da sua transfiguração quando envolvidos pelas ressonâncias e colorações musicais da peça.
Em “three bodies (moving)”, Catherine Lamb cria um extenso campo espácio-temporal onde se entretece um manto musical pontuado por discretas flutuações e respirações expressivas. Ele constitui-se enquanto teia de responsabilidades partilhadas entre a compositora, os intérpretes e a audiência, e como área protegida para a experimentação de uma escuta ativa, uma que envolve a escolha entre diferentes lugares na espiral da perceção que liga uma posição individual central ao que está no seu exterior.
Programa:
"Noh Reflections" (1985), de Anne LeBaron;
“Dowland’s Tears” (2018), de Mary Jane Leach;
“Grid” (2021), de Inés Badalo [obra em estreia absoluta];
“three bodies (moving)” (2010), de Catherine Lamb.
ars ad hoc
Ricardo Carvalho (flauta)
Horácio Ferreira (clarinete)
Diogo Coelho (violino)
Francisco Lourenço (viola)
Gonçalo Lélis (violoncelo).
Co-produção: Arte No Tempo e Fundação de Serralves
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