Lançamento dos livros "A Estrangeira" e "O Terceiro Excluído"

Acolhemos na Casa da Esquina o lançamento dos livros "A Estrangeira" e "O Terceiro Excluído" de  @Jlb Pena dos Reis.
São os dois últimos títulos do autor, numa auto edição que se encontra disponível na Amazon.
https://www.amazon.es/-/pt/dp/989548397X/ref=sr_1_2...
https://www.amazon.es/-/pt/dp/9895483996/ref=sr_1_1...

O primeiro intitula-se A Estrangeira.
Este livro é constituído por 100 monólogos de um locutor feminino e por um texto final intitulado - a Estrangeira - em que o narrador não está identificado, podendo presumir-se que é o autor. Os monólogos são textos muito curtos com um máximo de 75 palavras e um mínimo de 70, incluindo o título respetivo.
A título de exemplo, reproduz-se o monólogo 54
Também uma fome comum me levou a mundo reconstruído, mas o Molosso corrigiu-me, atravessou-se com súbito gesto e guiou o meu olhar pelas arcadas de Teatro extinto. Conduzida pelo mais raro dos agentes turísticos, deixei-me cegar pela luz púrpura sobre campos de asfódelos, nos vales de água e fumo, ocultados das estrelas nascentes. Daqui partirei para Halicarnasso, numa das fronteiras onde a espuma se desfaz, mas a esperança não está intacta.
Talvez seja um exagero afirmar que aquilo que o autor conhece da Estrangeira é apenas o que diz de si própria. Mas talvez seja a verdade simplesmente.
O segundo intitula-se O Terceiro Excluído.
O conteúdo essencial de O Terceiro Excluído provém de sonhos. Os textos que fazem o livro foram por eles motivados, por vezes descrevem-nos com minúcia, embora raramente. 
Mas o ponto de vista raro ou estranho que nos sonhos se revelou foi sempre a razão de os escrever. 
O sonhador, através dos sonhos e da reflexão que desencadeiam, dialoga consigo próprio acerca de si próprio no mundo. Foi neste pressuposto que se baseou a ordenação do livro em três partes: Locutor, Interlocutor, Referente. 
As razões para o título escolhido são-me menos aparentes. Talvez essa formulação – O Terceiro Excluído – seja apenas paradoxal, ocultando o desejo de trazer o leitor para o que parece apenas poder ser um diálogo interior sobre o sentido. 
Ou talvez seja meramente a expressão do que está por fora da lógica, do que é ilógico.