O Canto do Cisne, uma coreografia de Clara Andermatt, foi uma das últimas peças dançadas pelo Ballet Gulbenkian, em 2004, antes da sua extinção. Desafiada pela CNB, a coreógrafa revisita a peça juntamente com a equipa artística original. Clara Andermatt procura o desconhecido pela via do mistério e da surpresa que encontra no conhecido, em direção ao que provavelmente de mais enigmático existe em tudo o que desconhecemos: a morte. Formalmente decide utilizar A Morte do Cisne, de Camille Saint-Saens, pedindo a Vítor Rua que crie variações a partir do tema original. Andermatt aborda a morte não como o final do que quer que seja, mas justamente como o que deixamos para trás quando definimos novos caminhos; não a morte como terminal, mas como princípio de futuro que ela contém, para reinventar novas regras, novos conceitos; um momento que a coreógrafa decide identificar como o canto do cisne. O presente acaba por revelar-se uma contínua constatação de que é passado, porque tudo em nós se encontra em incessante mutação, e simultaneamente é futuro, que desconhecemos, e em função do qual agimos invariavelmente buscando nova adaptação. Para melhor compreensão da sua intenção, Clara Andermatt cita Peggy Phelan: “Quando pensas que encontraste a forma de amar, de observar ou de lembrar alguém, já tudo mudou.” ___ Vamos Falar de Dança Conversa pré-espetáculo com Cristina Peres *ESGOTADA* O Canto do Cisne 3 de julho, 17h Foyer superior do Teatro Camões, Lisboa Entrada livre, sujeita a reserva. Lista de espera: https://bit.ly/vamos-falar-de-dança ___ Mais informações: https://www.cnb.pt/eventos/o-canto-do-cisne/