No dia da cidade de Leiria, 22 de maio, as pontes do Rio Lis serão palco do projeto “Pontes de Contacto”, organizado pela Rede Cultura 2027 em parceria com o Município de Leiria. As pontes que acompanham o caminho do rio Lis irão constituir-se como palcos através das performances de sete projetos e grupos artísticos ligados a diferentes áreas de intervenção e criação. São eles: Livraria Arquivo, Escola de Dança Clara Leão, Idalécio Francisco, Malha de Bronze com o projeto Bateria, Atelier Parto, Samp - Sociedade Artística e Musical dos Pousos e ainda a participação do Museu de Leiria, CIA - Centro de Interpretação Ambiental) e Agrupamento de Escolas de Marrazes. Este projeto sente as pontes como o elo de ligação entre margens, lugares de encontro e de intersecção, que abreviam distâncias e encurtam caminhos. E ainda mais como construções que ligam pessoas, culturas, ideias, religiões, credos, valores e gerações. O “Pontes de Contacto” foi idealizado no âmbito do Congresso O Futuro da Nossa Cidade pelo grupo que pensou o eixo Cultura e Gerações, mas acabou por ser adiado. Materializa-se agora inserido nas comemorações do dia da Cidade de Leiria. A circulação entre pontes é gratuita e esta iniciativa não carece de inscrição ou bilhete. Apela-se ao cumprimento de todas as recomendações de segurança sanitária das autoridades de saúde pública. Programa completo: Ponte do Marachão (Edifício 2000) com o Projeto Bateria (Malha de Bronze) - 15h00 às 19h00 As fundações do projeto Bateria iniciaram-se em 2008, porém foi em 2014 que tudo se tornou mais visível. Em 2015 com a criação da Malha de Bronze, CRL, a atividade do grupo Bateria tornou-se pública com uma série de apresentações musicais um pouco por todo o país, com o objetivo de divulgar e aproximar culturas e realidades tão distintas e distantes. Neste dia, 13000km de ponte, pretende ser a ponte de contacto entre Portugal e a Indonésia, através da apresentação de uma performance sobre os instrumentos que compõem uma orquestra balinesa de gamelão Gong Kebyar. Ponte Pic-nic (Rua da Fábrica do Papel) com Idalécio Francisco - 15h00 às 21h00, com momentos musicais às 16h00 e 19h45 Nesta performance multidisciplinar, pelas mãos do fotógrafo Idalécio Francisco, ser-nos-á apresentada uma ponte de reflexão sobre a ligação entre a fé e as crenças e os momentos de crise. Além de uma exposição fotográfica em permanência, existirão ainda dois momentos de performance musical, com Idalécio Francisco e Paulo Costa, sob o mote: O que será de mim sem alma? Ponte Dr. José́ Lopes Vieira (Parque do avião) com a SAMP - 17h00 A Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP) tem como principais atividades o ensino de música e a realização de atividades performativas, promovendo o desenvolvimento e a fruição artística estruturantes do individuo e da comunidade. Neste dia, André Roque e João Carlos Franco ligam as duas margens do Lis com Pontes Electroacústicas, transformando o popular e o histórico em erudito e contemporâneo, com uma performance musical eletrónica. O objetivo é unir as cancões fortuitamente encontradas no cancioneiro da cidade que se celebra no dia 22 com a contemporaneidade dos sons. Ponte do Relógio (Centro de Interpretação Ambiental) com o Museu de Leiria, CIA e Agrupamento de Escolas dos Marrazes - 18h30 O Museu de Leiria, o CIA e alunos do Agrupamento de Escolas dos Marrazes, uniram-se para, através das artes, sensibilizar para o ativismo ambiental e para a sustentabilidade, numa performance transdisciplinar que junta várias faixas etárias e valências artísticas. Tendo como base ritmos como o Hip-Hop, Kuduro, Funky, Samba reggae, entre outros, que estão associados à cultura urbana e alternativa, este espetáculo associa estes ritmos a objetos de plástico usados no nosso dia-a-dia, juntando ainda aos sons dos objetos a voz e sons do corpo por vezes manipulados eletronicamente. Plástico com Ritmo é enquadrada na exposição Plasticidade – Uma História dos Plásticos em Portugal, patente no Museu de Leiria até dezembro de 2021, que explora conteúdos relacionados com a química do plástico, as preocupantes questões ambientais relacionadas com a má utilização dos plásticos e a história do tecido industrial da região de Leiria. Existe uma evidente coincidência geográfica entre a localização de muitas das fábricas pioneiras transformadoras de plástico e as áreas abrangida pelo Agrupamento de Escolas de Marrazes. Esta coexistência tem efeitos na economia, na sociabilidade e no urbanismo desta comunidade. De forma a explorar e potenciar este vínculo preexistente, foi desenvolvida uma parceria entre o Museu de Leiria e o Agrupamento de Escolas de Marrazes da qual surgiu a obra musical que agora se apresenta. O espetáculo conta ainda com a participação da Filarmónica de São Tiago de Marrazes, do CIA – Centro de Interpretação Ambiental de Leiria, bem como dos projetos Pulmão e Hora Mágica. Ponte Bar (Museu de Leiria) com PARTO – atelier de arquitectos - 20h45 às 24h00 PARTO foi fundado com a vontade de se constituir um espaço aberto à experimentação e ao pensamento crítico, para refletir sobre questões de construção, arquitetura e arquitetos. Os atelieres têm participado em projetos comunitários focados principalmente nos temas de biologia, horticultura e sustentabilidade. À ponte bar, trarão uma instalação da sua autoria, sob o título Rever, na qual, já depois do pôr do sol, o público é convidado a (re)ver-se. Ponte El Rei D.Dinis (Vala Real) com a Livraria ARQUIVO e a Escola de Dança Clara Leão - 21h30 às 22h30 Esta será uma ponte de partilha, de música, dança e literatura, mas sobretudo entre diversidade. A Livraria ARQUIVO preparou Palavras de Liberdade e, embalada pela música de Ricardo Graça, construiu uma performance poética com distintos autores, idiomas e nacionalidades, num apelo à liberdade, ao afeto e ao encontro. A Escola de Dança Clara Leão, mostrará com Em qualquer tempo, dançar por dentro, até poder chegar cá fora, como a liberdade do corpo e do espírito não têm idade e como é possível, através da arte, criar pontes entre diferentes gerações.