Existia alguma expectativa em relação à estreia de Girls Names por palcos nacionais e algumas dúvidas em relação à capacidade de transmitirem em palco aquilo que se sente quando se ouve esta banda da Irlanda Do Norte em disco. Somos da opinião que existe um amadurecimento enquanto coletivo, descartando e pondo de parte um passado que não lhes serve de identidade atual, tocando apenas temas novos e do último registo discográfico “The New Life”.
(...) indiciam uma ligeira mudança de rumo, em direção a um som mais polido e mais cerebral.
No passado movimentaram-se pelos terrenos do garage rock e post punk de nuances góticas, mas ao iniciarem o concerto de Lisboa abriram com 2 músicas novas que indiciam uma ligeira mudança de rumo, em direção a um som mais polido e mais cerebral. De seguida tocaram "2nd skin" do álbum "The New Life" com a voz barítono de Cully e a sua guitarra fúnebre a fundir-se com os acordes simples de synth e o baixo pulsante de Claire. A partir deste momento tudo começou a fluir, com a banda a alternar entre muitas músicas novas e músicas do segúndo álbum "The New Life" como a hipnotizante "Drawing Lines" ou a sensibilidade mais indie de "Hypnotic Regression".
De cenário simples e despido de artefactos, apenas a comunhão com o público foi adoptada como acessório, servindo-se os intervenientes da envolvência para dela se acalentarem.
apenas a comunhão com o público foi adoptada como acessório
Já no encore fomos presenteados com "The New Life", um passeio noise-psicadélico de quase 9 minutos, cheio de dinâmicas e subtilezas que se iam desenrolando em pano de fundo, uma wall of sound rica e poderosa que constituiu o momento alto do concerto.
Bandas deste calibre representam, no fundo, o testemunho de várias referências musicais, ficando a sua construção a dever-se a um passado rico e inspirador que constitui motivo de respeito.