Pensando em cidades que se tornaram referências para a música electrónica mundial, só quem esteja muito a dormir pode falhar Chicago, Detroit ou Berlim. Mas nem só deste triunvirato se faz o Atlas dos que dos estúdios fazem sair manifestos em formato dançável.
E Etienne de Crécy, juntamente com nomes como Daft Punk e Alex Gopher, foi um dos principais responsáveis por colocar no mapa o “french touch”, o som que a partir de Paris (e por extensão do resto da França) abalou o final dos anos noventa e se estende até hoje com as devidas mutações a assegurar frescura permanente.
Se, em 1997, foi o seu álbum “Superdiscount” que fez estoirar nas pistas a mistura quente de disco, house, samples obscuros e muita habilidade para "grooves" infecciosos, Etienne vem nos últimos anos apontando baterias à nova vaga techno/electro com sujidade a rigor, síntese crua e batidas que chefiam uma expressão pura de energia.
Encontramos uma vontade de imensa de nos contagiar a todos com este seu “touch”, que nos obriga à festa, ao movimento e convida a deixar a mundaneidade bem longe. Na beleza da universalidade da linguagem sonora, não vamos ficar perdidos na tradução: com Etienne, falamos todos a mesma língua.
- Inês Duarte
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