23:45 até às 06:00
RUSH com BANGKOK SNOBIETY | MIDLAND | PAUL WOOLFORD

RUSH com BANGKOK SNOBIETY | MIDLAND | PAUL WOOLFORD

Bangkok Snobiety 
Soundcloud :: https://soundcloud.com/bangkok-snobiety

Midland 
Soundcloud :: https://soundcloud.com/midland

Paul Woolford
Soundcloud :: https://soundcloud.com/paulwoolford


BANGKOK SNOBIETY

Talvez estejamos a dar um tiro completamente ao lado na nossa interpretação, mas, tomando algumas liberdades em relação ao projecto português que integra o cartaz desta RUSH, arriscamo-nos a dizer que o nome Bangkok Snobiety conjuga imagens perfeitamente adequadas ao que o duo lisboeta constituído por Pedro Franco e Ricardo Bruce Miranda nos têm oferecido, musicalmente, na sua ainda curta existência. De um lado, uma cidade conhecida pelo seu “miolo” algo perverso, sujo e transviante, destino preferencial de turismos menos convencionais em busca de escapes hedonistas. Do outro, a noção de uma casta de elite e selectiva pouco dada a desvios de etiqueta e comportamento. No fundo, uma conjugação do sujo e do polido, que acaba por se ajustar como uma luva às sonoridades proporcionadas por esta dupla. O certo é que são cada vez mais os adeptos deste choque cultural feito música, que têm sido conquistados, apesar de uma presença editorial ainda escassa mas afirmativa, através dos EPs “Titleless/In The Alley” (Golden Mist Records) e “We Run Uptown” (Extended Records). Ouvindo estes trabalhos, percebe-se. Há nos Bangkok Snobiety uma óbvia leitura das sonoridades clássicas do house, garage e techno de quem cresceu nos anos 90, combinada com um domínio exemplar das tendências mais recentes da electrónica do UK assentes no pós-dubstep, no 2-step e no future garage. Entre a familiaridade dos vocais samplados clássicos e as linhas de baixo sincopadas e poderosas do house britânico actual, forma-se uma base segura para um futuro cheio de classe, a descobrir hoje.


PAUL WOOLFORD

Paul Woolford cita uma frase do músico de jazz Charlie Parker como marcante na sua atitude perante a música : “Música é a tua experiência, os teus pensamentos e a tua sabedoria. Se não a viveres ela não sai. Tentam dizer-te que há fronteiras na música, mas na arte não pode haver limites”. O produtor e DJ britânico tem feito do seu percurso um exemplo desta postura. Ou deveremos dizer, “percursos”? É que Woolford vive agora um segundo fôlego. O primeiro vai desde os seus primórdios integrado no histórico colectivo britânico Back To Basics, até ao esmagador sucesso da sua produção “Erotic Discourse” (com o pseudónimo Bobby Peru), provavelmente a maior faixa de 2006 nos clubs. Sempre trabalhando mas sem conseguir atingir as vertiginosas alturas da sua faixa-símbolo, o protectorado do seu ídolo Carl Craig e uma série de visitas revigorantes ao “berço” Detroit, onde chegou a partilhar cabines com o próprio Craig e Derrick May, iluminaram-lhe o caminho para o estilhaçar de todos os moldes estabelecidos até então. E com estrondo, diga-se, com sucessos como o piano-house de “Untitled” na Hotflush de Scuba em 2013 ou o aclamado (por crítica, público e seus pares) álbum enquanto Special Request “Soul Music”, um autêntico “Novo Testamento” de culto às raízes da música de dança no tempo das raves, do jungle, e das rádios piratas. De repente, aí estava Woolford saltando de cabine em cabine, do Fabric ao Panorama Bar, de Ibiza a Miami e desta vez livre de qualquer limite estílistico a não ser a regra de “vale tudo”. Paul Woolford é a prova acabada de que se escreve mesmo certo por linhas tortas. Tortas e, como ele próprio diz, com um certo sabor “ilícito” que não dispensa. Prazeres proibidos para nos tentarem nesta RUSH.


MIDLAND

Admitamos, não é um DJ qualquer que, com apenas 3 anos de carreira, é convidado pela “bíblia” Resident Advisor para fazer o seu último podcast do ano de 2013. Tal escolha revela bem como o famoso site o considera um exemplo acabado do “estado da nação” da música de dança actual. E Harry Agius correspondeu em pleno com uma demonstração perfeita das suas capacidades enquanto selector e “mixer”, exibindo com conforto e estilo a sua perfeita apreensão do que de melhor se faz no house e techno actual. Neste curto período, Midland espalhou classe em algumas das mais vitais editoras da “scene” (a Aus de Will Saul, ou a Works The Long Nights de Blawan e Pariah além da sua própria Graded) e em cabines tão ilustres como a do Panorama Bar ou We Love… em Ibiza. Esta capacidade de ter os dois pés bem assentes na acessibilidade e no underground ao mesmo tempo parece-lhe inata e cada vez mais refinada. A sua “Trace”, uma das 20 melhores faixas de 2013 para o mesmo Resident Advisor, é simbólica : orelhuda, melódica e simultaneamente detentora de um groove incisivo e  rude é o destilar perfeito de tudo o que fez até agora, e meses depois, continua a fazer, tal como os seus DJ sets, com que até dentro do mais sujo armazém ilegal que a sua música por vezes evoca, sejamos capazes de continuar a buscar as estrelas no céu. Emocional ou evocativa, vibrante ou instrospectiva, a música e a presença de Midland são uma conjugação de sons e imagens em balanço perfeito do que é a música de dança que vai marcar os tempos mais próximos. Como ele mesmo pediu em 2011, “Bring Joy”, Midland dá-vos tudo o resto.

Textos: Nuno Mendonça
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