23:45 até às 06:00
HENRIK SCHWARZ (live)

HENRIK SCHWARZ (live)

Quando em 1986, Marshall Jefferson usou pela primeira vez um piano num disco seu, as editoras rejeitaram-no. A justificação? O piano não tinha lugar num disco de House.

Passados 30 anos sobre a data histórica, não é possível imaginar uma regra que dite que instrumentos podem ou não podem fazer parte do arsenal de um compositor. É absurdo. E é com a certeza que não existem limites para a sua criatividade e expressão, que Henrik Schwarz continua a ultrapassar fronteiras. Já desde os tempos de adolescente que Rap e Techno de Detroit andavam de mãos dadas na mala de discos de Henrik, que se desmultiplicava em esforços atrás dos pratos e experiências com sintetizadores e caixas de ritmos. Fundou, com Sasse, a sua própria editora, a Sunday Music. E descobriu um amor que cimentaria a relação com tudo o que faz: o Jazz. É-lhe impossível largar o bombo, a batida primordial segura e constante que serve como fio condutor da música que lhe sai da mente e que tanto nos faz mexer, mas tudo o resto é um mundo livre, onde não só Jazz mas também Funk, Soul e música orquestral caminham lado a lado e se fundem com a electrónica. Ele é um homem da performance, do ao vivo, da criação do momento. Não sendo um músico de formação clássica, move-se trazendo uma abordagem fresca e prática baseando-se apenas na sua quase inesgotável imaginação melódica – parafraseando o título de um dos seus singles, “Imagination, No Limitation”. Pianos, vozes étnicas, guitarras, secções de cordas, tudo vale para ele que para além do seu próprio selo saltita ainda por muitas outras editoras de referência, como a Moodmusic, Mule Musiq ou a Innervisions, e acabou de lançar uma compilação na série “House Masters” da Defected, juntando-se a nomes como Dennis Ferrer, MURK ou Derrick Carter.

Assistir a uma actuação Henrik Schwarz é mergulharmos numa das experiências mais completas que a música electrónica de dança tem para nos oferecer. Uma viagem à volta do mundo, tal como é visto pelo alemão que consegue até fazer juntar a música tradicional sudanesa com revisitas ao mais clássico House nova-iorquino de Danny Tenaglia, passando por Berlim com os amigos Dixon e Âme e indo terminar em improvisos Techno à volta de Carl Craig. Tudo isto unido pela sensibilidade extrema de alguém que nos leva para uma experiência polvilhada de, como ele próprio gosta de apelidar, uma boa dose de caos. Porque a desordem também é necessária, e se há alguém capaz de nos atirar a ela para nos resgatar exactamente nos momentos certos, esse alguém é Henrik Schwarz.
 - Inês Duarte
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