23:00
JAMES HOLDEN | Concerto

JAMES HOLDEN | Concerto

* bilhetes à venda na Ticketine e na Flur Discos

JAMES HOLDEN

Na equação da genialidade, pensada ao canto do sofá enquanto a música toca, não se aplicam fórmulas ou constantes. Nada parece sequer cumprido, deixando camadas justapostas por interpretar, sob pena me perder nas contas e no momento. Mas num exercício rápido, não posso deixar de fantasiar sobre o violino e as teclas inventivas que o aproximam de Mozart - no desafio aos ouvidos puristas de uma electrónica que no tempo se diz techno - ou a Matemática, num balanço entre o lógico e o abstrato e o digital e o analógico, da, depois apurada, Vibration Ensemble que o aproximam – então – de Caribou, e de Four Tet. De um espectro ao outro, entre a nova e a velha composição que ele próprio já (re)misturou, está algo a ser somado por James Holden, multiplicado pelos sentidos que não se defendem de uma paixão que só tem vindo a crescer, manifesta no chão da casa… e expectante por outras pistas. 

James Holden, então. O Senhor que, nas incursões transe em que se iniciou, contrariava correntes de bongos batidos com passagens iluminadas de Boards of Canada, contornadas com transformações técnicas que veio a apurar desde ’99, construindo pistas com a versatilidade de produtor e de DJ. O Senhor  Border Community, que na sua editora soma talentos como os de Nathan Fake, Luke Abbott ou Fairmont, quebrando regras e imposições do sistema de produção musical, de cujas amarras se desprendeu pela estruturação de uma plataforma libertária na produção dos seus artistas, como preza ele a sua, na expressão modular que conquistou. O Senhor que compõe entre o analógico e o digital, construindo de forma tão geek como mágica experiências que puxam os limites da instrumentalização tecnológica, entre sintetizadores alimentados muito para além de plug-ins. O Senhor que se nutre das imperfeições de retratos sonoros, que dessincroniza e recria como quem brinca, entre jacks, osciladores e filtros… como se tornasse a ciência audível e pusesse forma à alma, de corpo bem feito como nas recentes experiências com a Ableton, com o Group Humanizer. O resultado, contorce-nos, Senhor.

Se Break in the Clouds marcou o início de um novo ciclo para Holden, com o lançamento de The Idiots are Winning, tudo o que se lhe seguiu desde então não nos podia ter feito reservar maior anseio sobre o que viria a seguir. E a seguir, ainda. No que salivámos entre remisturas de Depeche Mode ou Radiohead, rejubilando entre compilações (DJ Kicks ou At the Controls), o artista conseguiu constantemente fazer-se superar na qualidade e batimento cardíaco acelerado a cada passagem sob o compasso de The Inheritors, de 2013. Esse, de amplificada intensidade, de sonoridade única não fosse dedilhada por ele entre cabos e placas com que compõe ora notas de bestialidade rasgada, ora paisagens  melódicas para uma viagem interior. Aqui, onde nos chegou dos ouvidos às entranhas, já pouco faz lembrar alguém: este é James Holden, o próprio e o entregue como poucos. A herança de temas como Renata só não seria bem entregue se o seu resultado live não fosse ainda melhor, ora a solo, contorcido e dedicado sobre as máquinas, ora em formato com de reminiscências jazzistas para o amanhã: com saxofone e  bateria incluídos – a última certa na exibição que se aproxima.

Pois verdade seja dita, mais quisesse ele somar ou subtrair à sua música, que ainda assim muito haveria para fantasiar diretamente do sofá para a pista onde a composição de uma Era futura se fará aguardar, como há 7 anos atrás, numa casa cheia… de coração cheio. O nosso.
- Ana Sofia Castanho

~

James Holden is not only about techno - God forbid. He that went inroad through the trance scene as a beginner (opposing the whole streaming bongos current), passed through some Boards of Canada illuminations while bypassing knowledge transformations himself, building tracks as versatile as the ability he reveals as a producer and DJ, since ‘99. But let’s be honest: the DJing as brilliant as it is, cannot be compared in his growth to the unique live productions that now are shared with the world, built upon the modular experiences, live jams and visual support that Holden’s gigs have to offer as a life experience.

Going back in time, I guess his crafting skills and detailed sense of production were something he finally established with Border Community, breaking the rules and demands of the musical production system while adding talented personalities to his somewhat libertarian label, that produces artists as Nathan Fake, Luke Abbott or Fairmont. 

Composing through analogical and digital sources, Holden has been building magical/geek experiments that push the boundaries of technological instrumentalization beyond plug-in fed synthesizers. And a closer listen will unveil you that he that feeds from an imperfect soundscape while playing with jacks, oscillators and filters: even error is a layer to work upon and feed upon while shaping the portrait of a soul, a defined body, as in his latest experiences with Ableton and the Humanizer Group - and that result is just unsettling. 

So yes, it’s true that A Break in the Clouds sets the mark for a new cycle to Holden and that we craved for more between those Depeche Mode and Radiohead remixes, the DJ Kicks and the At the Controls compilations. Techno ones, mainly. But we surely didn’t expect such an overcome of his already great work, daring to boost our cardiac pace through the compass of The Inheritors: the masterpiece released in 2013. With an amplified intensity, its unique sonority was stringed assembling both beastly ripped tones and melodic sights of an inner journey.

With remarkable tunes like Renata, The Inheritors is safely a rarity. A truly unrepeatable experience, different each time you hear it at the edge of the couch… but safely each time you enjoy it as a live performance, joining both music and visuals enhancers. The equation for musical genius gets now to a wider challenge, introducing variables like sax and drums to a full stage live performance, where Holden’s take on machines and synthesizers produces a major improvisation set, that can only blow one’s mind especially when we’re not talking about a jazz sphere, but from an electronic music spectrum. And genius it is.

So, by returning to Lisbon, and bringing a live performance of his masterpiece, there is a lot to fantasize about. A lot of sums and multiplications at heart, that will surely come to the best of results in a full house, with full smiles.. just like 7 years ago. 

Welcome back, James.
 - Ana Sofia Castanho
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android