Em 2009, quando os edits, remisturas e re-apropriações de clássicos Disco pareciam aparecer que nem cogumelos, Daniel Berman estoirou da Escócia para o mundo com uma revisita a “Stand On The Word”, tema-ícone das Joubert Singers bastante acarinhado por Larry Levan. Foi uma remistura oficial sob um dos seus pseudónimos, Hot Coins, e foi o chamariz definitivo para o trabalho do DJ e produtor. Passados 6 anos, pensar em Red Rack’em é pensar num artista multifacetado que tanto a criar no estúdio (com passagens por selos como a Innervisions ou Wolf Music) como a responder ao chamamento nas cabines agrega sob si uma panóplia de ritmos e melodias, instrumentos e linguagens que tanto podem vir do 2-Step futurista como do Disco mais obscuro, do House destinado a explorar a profundidade sónica ou do Hip-Hop onde o “beat” é senhor. Daniel não tem receio de referenciar J Dilla ao lado de Prince ou Juju & Jordash, um ecletismo enraizado que torna pouco surpreendente a análise ao amplo espectro de artistas que já remisturou ou com os quais já colaborou, uma lista onde Peace Division e até o português Rui Maia convivem sem tabus.Música quente, música livre. Música para cada um de nós, para viajarmos por aí. Soltos, ao som de um trompete, de um sintetizador intraduzível ou de uma batida vadia que primeiro nos troca e depois nos conforta. 2015 abre sem frio, 2015 abre com o fervor escocês de Red Rack’em.
- Inês Duarte
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