conceção, direção, coreografia e encenação Ruben Marks espaço cénico José Rodrigues desenho de luz e sonoplastia Eduardo Brandão interpretação António Portela, Clara Oliveira, David Cardoso, Inês Clavel, Teresa Chaves, Teresa Vieira (atores); José Afonso, Luís Gomes, Sara Garcia (bailarinos); Teresa Vila Verde, Menne Smallenbroek, Sílvia Lopes (músicos) apoio Fundação Escultor José Rodrigues dur. aprox. 1:20 M/12 anos Ginasta de competição, bailarino, coreógrafo, encenador, poeta, professor universitário, formador: personalidade poliédrica nascida na Marinha Grande, que passou boa parte da sua vida na Suécia, onde se formou e desenvolveu intensa atividade profissional e artística, Ruben Marks celebra 50 anos de carreira. Fatias Anacolúticas com Manteiga cruza a dança, o teatro, a música, o canto e o vídeo, resgatando textos e cenas de espetáculos anteriores do criador, especialmente Ai, por favor não me comam os morangos e Manifesto obscuro para clarificação de alguns parabolismos, de 1981. Celebração do abstrato e do inconsciente, o espetáculo joga com fragmentos do absurdo da vida, oscilando entre o real e o fantasioso. A este carácter fragmentário e dispersivo alude o termo “anacolútico”, relativo a construções frásicas elípticas, incoerentes ou sem sequência. Fatias Anacolúticas com Manteiga não ambiciona reaver uma artaudiana poética da alucinação, mas propor, nas palavras do próprio Ruben Marks, “um simples exercício sobre o tempo, a espera, a incerteza, a procura, o humor negro do envelhecimento, a desilusão de salvar o mundo, a ironia da morte, que é para sempre e é uma chatice”.