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LUKE SLATER

LUKE SLATER

LUKE SLATER

Provavelmente uma das melhores formas que podemos imaginar de explicar a um completo leigo, o que é o techno enquanto estilo musical e filosofia de criação, é apresentá-lo aos 25 anos de trabalho de Luke Slater. Seja com o seu próprio nome, como Planetary Assault Systems, LB Dub Corp, Clementine, 7th Plain e outros, Slater tem todas explorado todas as vertentes do género, das mais melódicas, eufóricas ou viajantes, às mais futuristas, negras e sufocantes, com uma relação quantidade/qualidade que provavelmente só tem paralelo em outro monstro do techno, Jeff Mills. Luke Slater é, em suma, uma instituição.

Não se pense no entanto que ao ser assim considerado, Slater seja um caso de alguém cujo melhor trabalho já está no passado e se limita a viver dos créditos conquistados. Cada nova edição sua é recebida quase com uma reverência semelhante à que era reservada a figuras mitológicas na Antiguidade, e as suas apresentações ao vivo, levam ravers empedernidos a usarem expressões como “até a cara dele enquanto toca é Techno”. E é justo dizer que há mesmo muito de Luke Slater no techno que hoje em dia ouvimos. É ele a figura que, seja com que entidade assuma, cria história com a sua música e a Mote-Evolver (sua editora) e é tornado parte dela como quando se tornou o primeiro não-germânico a editar na Ostgut Tön ou foi citado pelos Daft Punk em “Teachers”. É o artista que, ao dizer-se inspirado tanto pelo Amor como pelo Medo, se torna verdadeiramente o mensageiro (como em The Messenger, seu último álbum) da noção de que o techno não é só música funcional para fazer dançar, mas mais do que isso, pode ser um espelho da existência, como toda a Arte deve ser.

Depois de anteriores passagens algures entre o estarrecedor (no melhor sentido) e o demolidor, enquanto Planetary Assault Systems e LB Dub Corp, Luke Slater volta a tomar posse da cabine do Lux para passar discos em nome próprio. O seu regresso promete por isso um pouco de tudo o que já antes ouvimos nele, e ainda mais, Mas acima de tudo, é a perspectiva de arrepios na espinha entre a trepidação, a introspecção e a euforia, e de uma pista de dança transformada numa montanha-russa de emoções fortes. A palavra "essencial" foi feita para noites assim.
- Nuno Mendonça
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