BEN KLOCK Algures no Centro de Portugal, a neblina matinal abraça as muralhas de um castelo enquanto o dia raia. Entre as muralhas, uma massa de milhares de corpos agita-se em sincronia perfeita com a cavalgada de kicks e pratos debitada por um soundystem massivo. Uma voz robótica entrecorta o ritmo e leva a hipnose mais longe repetindo com insistência… “Control… control...”. Em cima do palco, uma figura domina o cerimonial com cada toque na mesa de mistura. É Ben Klock, e é cada capricho seu aos comandos da cabine que realmente controla a multidão. Percebe-se lhe um sorriso com o seu quê de prazer quase sádico no domínio da multidão. Alguém atira um chapéu militar para o palco, prontamente usado pelo DJ. Klock é, naquele momento, o verdadeiro capitão da nossa alma dançante. Mude-se o cenário e mantenha-se a personagem central desta cena, para outro festival ou club do país, o resultado mantém-se invariavelmente. Ben Klock já deixou de precisar de apresentações entre nós, e é um caso exemplar de empatia e crossover de sucesso entre os fãs de techno, em primeiro lugar, mas até entre outras tribos. E ainda assim, cada presença é especial. Ben Klock é “the real deal”, e cada um dos verdadeiros momentos de comunhão em que se tornaram as suas passagens por Portugal. trazem algo de novo que fica para contar e fazer ansiar o regresso. E por isso, ele aí está, de volta ao Lux. Seja movida a electricidade, magnetismo ou telepatia, não existem acasos, apenas sincronia, e a que se sente entre Portugal e Ben Klock é mútua e não dá ares de se apagar. Se pensam saber o que se vai passar, pensem de novo, e deixem “o comandante” Ben Klock controlar o vosso destino por mais uma noite. A viagem vale tanto a pena como o destino. - Nuno Mendonça
