O toque de Midas – ou a mão de KiNK.
À volta com as máquinas desde os 20 anos, foi com teimosia e paciência que o búlgaro Strahil Velchev lentamente se tornou um Ás dos sintetizadores e revelou um dom cuja fama já o precede – uma facilidade incomum para organizar sons em música, das mais variadas origens e tipos. Seja a “samplar” rapidamente um disco obscuro esquecido no sótão de alguém e a transformá-lo num hit ou virar do avesso caixas de ritmos para obter ritmos contagiantes, KiNK é incansável e isso percebe-se bem no seu live act.
Rodeado de engenhocas, teclados, botões e outros brinquedos sónicos, ocupa-se com muito mais que carregar no “play”: escutar uma performance sua é ouvir cada tema a tomar forma no próprio momento, com todos os detalhes únicos àquela noite, cada pormenor a formar
uma impressão digital que torna cada actuação singular. Certo está que como matéria prima, vem um catálogo extenso que conta com edições em selos como a Ovum, a liebe*detail, Rush Hour ou Dirtybird e remisturas para nomes tão ilustres como Hot Since 82, Deetron ou Matthew Dear.
House áspero num estouro enérgico que não deixa de saber a doce, num exercício de exploração sónica que nos faz dançar mais além: eis KiNK.
- Inês Duarte
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