Já vão distantes os tempos em que uma versão caricaturada de Magda protagonizava, ao lado de bonecos representando Richie Hawtin e Ricardo Villalobos, as aventuras minimais de um website de grande sucesso, chamado Übercoolische. Entre um misto de paródia e glorificação de todo um género e estilo de vida muito berlinense, de meados da década passada, não era por acaso que a “MiniMagda” aparecia ao lado da dupla R & R. Maior testemunho da sua relevância e popularidade, era difícil, num meio que à data estava certamente sobre-populado. Mas Magda distinguia-se já nessa altura, e quanto mais nos aproximamos do presente dia, mais se tem distinguido. O seu estilo reducionista e despido já na altura era bem mais groovy que o da larga maioria dos contemporâneos, muito mais apontado ao agitar das ancas no meio da pista, do que a um mero cofiar de barba encostado a um canto de um club. É que, primordialmente, Magda sempre foi uma DJ. Uma “Dancing Machine”, como afirmava o seu ainda hoje bem actual mix-CD do mesmo nome. A produção veio depois, e quando veio, sob a forma do interessantíssimo “From The Fallen Page”, mostrou uma visão e leque de ambições bem mais alargados que a “prateleira” onde quiseram arrumar a irrequieta Detroit-iana : disco, house, filmes de terror italianos e o som do post-punk. Magda há muito que arrancou os rótulos, seguiu o seu caminho e diz querer fazê-lo para sempre, sem querer saber onde e quando vai assentar ou ficar quieta. Nem nós queremos que ela nos deixe de agitar. - Nuno Mendonça
