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Música, Net & Blogs

Rui Dinis

Rui Dinis, autor do blog A Trompa, revela na 2ª edição (revista e aumentada) deste fabuloso guia prático, 60 dicas, ideias e opiniões sobre como optimizar a utilização da Internet para comunicar, editar, distribuir e promover projectos musicais.


0. PRÓLOGO
1. PONTO DE PARTIDA
2. COMUNICAÇÃO GERAL
3. EDIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
4. PROMOÇÃO E DIVULGAÇÃO

 

Satélites
Satélites por Felipe Borges

 

 

0. PRÓLOGO


E mais alguns anos se passaram…

Tem tudo a ver com a velocidade. Não com o conceito comummente associado à velocidade automobilista, mas com esta ideia de velocidade associada ao desenvolvimento das novas tecnologias e da Internet, em particular.

O objectivo desta pequena publicação mantém-se inalterável. Nesta actualização do “Musica, Net & Blogs”, revista, aumentada e simplificada, serão apresentadas de forma sucinta cerca de 60 dicas orientadas para um melhor aproveitamento da Internet, entendendo esta como uma plataforma de comunicação e promoção de artistas e bandas. Continua a não ser um trabalho finalizado, nem um conjunto de verdades absolutas. Não são receitas perfeitas, são apenas orientações, naturalmente mais ajustadas a uns do que a outros. São apenas algumas pistas, algumas delas, assumo, baseadas em meras opiniões do seu autor.

Sendo verdade que para uma boa maioria dos músicos portugueses, este documento trará poucas novidades, e ainda bem, a verdade é que para muitos outros, haverá nele alguma coisa a reter.

No fundo, são também reflexões que espero poderem vir a ajudar artistas e bandas na forma como se relacionam com esta nova realidade que é o mundo virtual. Não falo genericamente na relação com a Internet – blogosfera incluída, falo especificamente no aproveitamento de todos os recursos disponibilizados por ela.

Sirvam-se, por favor.

 

The Last Broadcast
The Last Broadcast por Widdowquinn

 

 

1. PONTO DE PARTIDA


Estar

Hoje, parece quase consensual a opinião positiva sobre os benefícios da presença de músicos e bandas na Internet. Ao contrário do que acontece com os meios de comunicação social tradicionais - TV, rádio e imprensa escrita em papel, na Internet são os próprios músicos que em parte controlam os fluxos informativos. O fluxo é célere, é relativamente barato e tem uma abrangência alargada, transnacional. Em resumo, é estar e ponto final; ou ponto e vírgula.


Estar muito

São muitos os espaços disponíveis para artistas e bandas marcarem presença online. E não são apenas espaços que nos facilitam a presença, muitos deles, são espaços facilitadores da comunicação, promoção e do negócio. São espaços como o Palco Principal, o MySpace, o BandCamp, o ReverbNation ou o Last.fm, só para citar alguns; mas são também as redes sociais genéricas como o Facebook e o Twitter. São espaços que oferecem aos músicos um conjunto de ferramentas gratuitas e capazes de facilitar em grande medida a sua actividade profissional (Cfr. http://a-trompa.net/tools). É usar e abusar, no entanto, é importante cada músico ou banda ter consciência das suas capacidades e limitações, sendo claramente preferível ter três espaços online actualizados do que ter 10 ao Deus dará. É preciso saber estar.

 

Saber estar

Para se estar de corpo e alma na Internet é preciso conhecer as suas directrizes, movimentar-se no meio conforme as suas regras. Na verdade, as virtualidades da Internet são tantas como os seus perigos, transformando-se com relativa facilidade numa ameaça, aquilo que à partida parecia ser uma potencialidade. Estando presente, é preciso saber estar, é preciso estar perto, acompanhar, dar vida à nossa presença. Para estar por estar, mais vale mesmo não estar.

 

Rafael Lozano-Hemmer Microphones
Rafael Lozano-Hemmer Microphones por Tim Rawle

 

 

2. COMUNICAÇÃO GERAL


O nome do grupo/projecto não é tudo mas conta muito, principalmente na Internet. Tenha a certeza de que não existem grupos ou projectos com o nome que pretende para o seu. (Cfr. http://namechk.com)

Um artista/banda deve olhar para o seu projecto como uma marca; uma marca de qualidade, inequivocamente reconhecida e convincente nos seus objectivos. Mantenha uma comunicação presente mas equilibrada com o público e com os media, na generalidade.

Estar na Internet sem interagir com os fãs, parece desde logo uma oportunidade perdida (via MySpace; Facebook; Twitter; e-mail; fóruns; etc.).

Seja proactivo. Não espere sentado, disponibilize-se para entrevistas ou outras formas de divulgação e não só nos formatos clássicos - ao vivo ou por telefone, mas também por e-mail ou mesmo por chat.

Responda sempre às solicitações dos media – oficiais ou oficiosos; mesmo que seja para mostrar educadamente a sua indisponibilidade. O silêncio raramente é uma boa solução.

Tenha atenção aos serviços de mensagens específicos de redes sociais como o MySpace e o Facebook.

A Internet está repleta de ferramentas e recursos que podem ajudar nas mais diversas fases ao crescimento de um projecto musical. Utilize-as! (Cfr. http://atrompa.net/tools)

Seja activo na produção de informação relativo ao seu projecto em espaços de referenciação e catalogação como o Rate Your Music, o Discogs, o MusicBrainz ou mesmo a Wikipedia.

 

Cables
Cables por John Thurm

 

 

3. EDIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO


O conceito de edição digital é ainda um conceito à procura do seu espaço no conceito clássico de edição discográfica. De uma forma ou de outra, se estiver mesmo certo, edite, nem que seja apenas digitalmente.

Não tenha pressa. A facilidade da edição digital e a má gestão de alguma ansiedade, leva a que se disponibilize na Internet muita música a precisar de afinação; muita afinação, mesmo.

Não disponibilize temas inacabados, a menos que tal tenha o propósito claro de envolver os fãs na construção do tema final, por exemplo. Mas isso tem de ser completamente claro.

Não disponibilize uma edição digital sem um mínimo de artwork. Pelo menos a capa do disco!

A distribuição gratuita de edições digitais é uma possibilidade a ter em conta, particularmente para projectos a dar os primeiros passos – mas não só para esses.

Procure uma netlabel se pretende realizar uma edição digital gratuita com algum enquadramento editorial. (Cfr. http://a-trompa.net/netlabels)

Se a ideia é tentar editar o seu disco por uma editora convencional, também há várias a contactar. (Cfr. http://a-trompa.net/editoras)

Aposte em soluções de venda digital. Sendo difícil ou moroso chegar às grandes lojas online, o Bandcamp dá uma boa ajuda neste sentido. (Cfr. http://bandcamp.com)

Nem tudo se passa online. Leve os seus discos directamente às lojas. (Cfr. http://a-trompa.net/lojas)

 

Radio
Radio por Tom Godbe

 

 

4. PROMOÇÃO E DIVULGAÇÃO


Facilite a promoção. Envie toda a informação disponível ou indique claramente onde esta se pode encontrar. Use e abuse da Internet para dar a conhecer o seu trabalho (via webzines; blogs; editoras; programas rádio; etc.).

A internacionalização está mesmo ali ao lado. O caminho é o mesmo: webzines; blogs; editoras; programas rádio; etc. Faculte sempre um contacto, pelo menos um endereço de e-mail.

Seja cordial. Nada de muito complexo, basta um simples ‘olá’, ‘bom dia’ ou ‘boa tarde’. É uma forma sempre simpática de iniciar uma conversa.

Construa uma mailing list geral e a partir desta construa um conjunto de outras segmentadas (webzines; blogs; programas rádio; editoras; locais para espectáculos; etc.).

Crie uma base de dados só com blogs e webzines, com os quais deverá tentar manter uma comunicação mais estreita.

O uso de uma newsletter – ou outro tipo de informação periódica – graficamente amigável e sem erros de programação, é obviamente uma possibilidade a ter em conta.

NOTA: Newsletters ou notas de imprensa em formato de imagem não ajudam muito, especialmente quando se pretende fazer uma citação da mesma, por exemplo. Desenvolva igualmente uma alternativa em HTML.

Organize e planeie com bom senso o envio de e-mails e newsletters. EXEMPLO: É muito comum num mesmo dia, banda, promotores, editores e amigos, enviarem exactamente a mesma informação.

Teste a compatibilidade geral da newsletter tendo em conta os principais serviços de e-Mail (Gmail; Sapo; Iol; Clix, Hotmail; Yahoo; etc.).

EXEMPLO: Não é invulgar receber uma newsletter com letras brancas sobre um fundo branco.

Estabeleça uma periodicidade fixa para a sua newsletter, utilizando genericamente o e-mail para assuntos mais urgentes.

Evite o envio exagerado de e-mails, principalmente se a informação é pouco relevante e repetida. Evite o SPAM.

Não envie informação para todo o lado, só por enviar. Por lei, o envio de mensagens publicitárias electrónicas carecem do consentimento prévio do destinatário.

Inclua no e-mail informação relativa à remoção da subscrição da newsletter, ou como o destinatário deverá agir caso queira deixar de receber os e-mails em referência.

EXEMPLO: Esta mensagem é enviada tendo por base o Decreto-lei Nº7/2004 de 7 de Janeiro. Segundo este, um e-mail não poderá ser considerado SPAM sempre que incluir uma forma de ser removido. Para remover o seu e-mail da nossa lista, devolva-nos uma mensagem com a palavra "REMOVER" na linha de assunto.

Com o intuito de evitar que as suas mensagens sejam marcadas como SPAM, artistas e promotores devem conhecer algumas das regras relativas ao envio de correio electrónico em massa. (Cfr. http://goo.gl/D782)

EXEMPLO: Não é mesmo nada incomum encontrar bons e-mails na pasta de SPAM do Gmail, por exemplo.

Sempre que desejar enviar um e-mail para vários destinatários, utilize o Cco (com cópia oculta), em inglês, Bcc (blind carbon copy). Desta forma, poupa a identidade dos restantes destinatários e poupa-se a si a alguns constrangimentos.

Componha a área de assinatura do e-mail com informações relativas ao seu projecto: nome; e-mail; websites; e telefones, se for caso disso.

Sempre que necessário, acompanhe os e-mails com os materiais promocionais considerados adequados à situação (fotografias; músicas para download; biografia; cartazes; capas dos discos; notas de imprensa; etc.).

Quando for caso disso, em e-mails ou notas de imprensa, textos e fotografias deverão vir devidamente creditados aos seus autores. Como é normal, o seu a seu dono.

Confirme se o seu e-mail tem mesmo toda a informação necessária sobre o assunto em referência – os anexos, por exemplo.

EXEMPLO: Em e-mails relacionados com a divulgação de concertos, esquecer as horas ou o local exacto do evento não é nada aconselhável.

Dê particular atenção à informação relativa a concertos previstos para locais de difícil acesso; disponibilize um mapa online ou as coordenadas do sítio.

Pondere a utilização de informação bilingue ou mesmo trilingue, tanto em websites como em notas de imprensa. O uso do português deverá ser obrigatório, naturalmente.

Invente-se algo diferente mas não se deixem sites eternamente em construção – ou sem actualização. É frustrante e dá uma imagem pouco abonatória sobre o artista em causa.

Não deixe passar datas programadas para determinadas acções. Se tal acontecer, dê feedback sobre os motivos do atraso. De outra forma, pode dar uma imagem pouco profissional do seu projecto.

Se não pretenderem esperar pelos robots do Google, Bing, Sapo e companhia, adicionem o vosso website ou blog ao maior número possível de motores de busca e outros serviços similares.

É importante que acompanhe o lançamento de um novo disco com uma nota de imprensa completa e cuidada – em papel ou digital.

EXEMPLO: Esta poderá incluir: breve biografia da banda – com a formação actualizada; pequeno historial sobre a produção do disco como parte ou não de um texto de apresentação do mesmo; fotografia do artista/banda; capa do disco; contactos e websites.

Disponibilize widgets com músicas e/ou notícias de forma que os seus fãs os possam utilizar nos seus blogs ou websites pessoais.

Pondere a possibilidade de divulgar o seu trabalho em suportes móveis – smartphones, tablets, etc. Seja adaptando o seu website para estas plataformas, seja criando aplicações próprias.

Pondere a disponibilização gratuita de singles para download.

EXEMPLO: Se em boa qualidade, pode permitir que rádios de todo o mundo façam download e os utilizem nos seus programas; rádios convencionais ou online; em Portugal ou noutro país qualquer.

Disponibilize para audição alguns dos seus temas. Entre mostrar alguns temas, disponibilizar os típicos 30 segundos de cada tema ou deixar mesmo ouvir todo o disco, o fundamental é poder mostrar a arte que faz.

À falta de CDs para promoção, utilize a promo digital - versão digital do disco para crítica. É barato e faz todo o sentido.

Se possível, produza videoclips para os seus singles. Hoje, já é possível realizar um videoclip com um mínimo de qualidade e a um custo cada vez menor.

Promova a disseminação online dos seus videoclips, permitindo a incorporação dos mesmos em blogs e websites pessoais.

Utilize uma conta do You Tube ou do Vimeo como agregador de todos os vídeos relacionados com o seu projecto (videoclips; vídeos de concertos; entrevistas; etc.).

Publicite os seus concertos de uma forma equilibrada. Não o faça muito cedo nem muito em cima da hora. Não envie repetidamente a mesma informação.

Crie e disponibilize cartazes dos seus concertos. Mesmo digitais, são muitos os blogs e webzines que os publicam nos seus espaços.

Disponibilize o feed RSS do blog ou website do seu projecto. Desta forma, fãs, media e outros interessados, poderão acompanhar as novidades do seu projecto em primeira mão através de um leitor de feeds.

Se já estava agarrado ao MySpace, agarre-se também ao Facebook. O mundo está lá todo.

Use as aplicações do Facebook criadas especificamente para projectos musicais; tais como o My Band, o Root Music, etc.

Promova o seu trabalho junto dos diversos programas de rádio nacionais dedicados à divulgação da música portuguesa. (Cfr. http://a-trompa.net/radio)

Faça-se ouvir junto dos diversos locais disponíveis para a realização de concertos. (Cfr. http://www.mapadesalas.net)

 

DOWNLOAD: Pdf Original

 

 


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